Análise: direita em ascensão e a incógnita da esquerda: as perspectivas para 2026

“E em 2026, como vai ser?”. Essa pergunta ecoa entre nós, meros mortais; analistas políticos de bar, debatedores e cidadãos atentos ao pulsar da democracia e dos bastidores do poder, onde a expectativa e a incerteza se misturam.
Após eleições municipais como as que acabamos de assistir, onde os espectros políticos recalculam as rotas rumo à uma nova disputa, a política brasileira se transforma em um verdadeiro tabuleiro de xadrez, com a direita moderada consolidando um espaço para chamar de seu. Já a esquerda, enfraquecida, navega errante em mares tempestuosos em busca de um rumo, enquanto procura juntar os cacos.
Lula, o líder maior
Luiz Inácio Lula da Silva, uma figura central, agora se vê em um dilema: candidatar-se ou não? A possibilidade de Lula buscar uma reeleição em 2026 já é debatida internamente entre interlocutores do PT. Elas ponderam que, caso a popularidade de Lula e a aprovação do governo não ofereçam segurança para uma nova candidatura, o presidente pode desistir de se apresentar ao eleitorado. De acordo com o Instituto Datafolha, 35% dos eleitores consideram a gestão petista ótima ou boa; 30% a veem como regular, e 33% a julgam ruim ou péssima. A aprovação do governo, conforme a Quaest, é de 51%, enquanto 45% desaprovam. Para que Lula tenha uma disputa à reeleição sem sustos, as lideranças analisam que a margem de apoio precisa aumentar nos próximos dois anos.
A possibilidade de sua ausência no pleito deixa no ar uma interrogação sobre o futuro do PT e da esquerda. Neste jogo, a confiança do eleitor será conquistada não apenas com promessas, mas com um verdadeiro diálogo sobre as demandas da população. O que virá a seguir é um mistério.
Além disso, a esquerda perdeu conexão com segmentos importantes da sociedade, como evangélicos e o público jovem. Essa desconexão, somada à falta de uma liderança forte que possa substituir Lula, gera um cenário de incerteza. A “lulodependência” do PT e seus aliados pode se tornar um ponto crítico, pois sem uma figura carismática como Lula, a bancada do partido poderia encolher drasticamente, colocando a presidência nas mãos da direita por um longo período.
Fortalecimento da Direita Moderada
Do outro lado da moeda, a vitória de governadores de direita nas eleições municipais, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, Ronaldo Caiado (União) em Goiás, e Ratinho Júnior (PSD) no Paraná, aponta para uma nova configuração política de oposição ao PT. Quem acompanha a política atentamente já observa a intenção desses governadores de unirem forças contra uma possível candidatura de esquerda à presidência, o que pode indicar uma estratégia coordenada para 2026.
Estes líderes, apesar de não serem diretamente ligados ao bolsonarismo, conseguiram desarticular candidaturas apoiadas por Jair Bolsonaro, evidenciando uma dissociação entre o ex-presidente e a nova geração de líderes de direita. Essa nova coalizão direitista, mais moderada, parece estar se preparando para uma disputa robusta, especialmente em um cenário sem a participação de Bolsonaro, que se encontra inelegível, a menos que sua situação mude ao apagar das luzes.
Cenário Futuro
Diante desse quadro, a direita moderada, unida e com uma estratégia definida, irá explorar as feridas abertas do PT. Para a esquerda, o desafio será não apenas encontrar uma alternativa viável ao presidente Lula, mas também restabelecer conexões com o eleitorado, atualizando a agenda política para se alinhar com as demandas contemporâneas.