Esquerda tem pior desempenho em eleições desde 2000


Os partidos de esquerda, incluindo PT, PSB e PDT, registraram seu pior desempenho nos maiores colégios eleitorais do Brasil desde 2000, governando apenas 9,7% das cidades com mais de 200 mil eleitores. Os dados, obtidos pelo Estadão e analisados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), refletem uma queda significativa na representação da esquerda no “G103”, grupo que reúne as 103 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes.

Esses municípios, que concentram 40% do eleitorado nacional, são considerados vitais para a projeção de lideranças e influenciam as eleições proporcionais. Em 2020, havia 19 partidos representados nessas cidades; em 2024, esse número caiu para 13, uma redução de 31,5%.

Medeiros destaca que a eleição deste ano mostra uma predominância do centro e da direita nas grandes cidades, enquanto a esquerda enfrenta um apagão de lideranças e perdeu conexão com segmentos importantes da sociedade, como evangélicos, moradores de periferias e o público jovem. Ele atribui essa desilusão do eleitor à falta de atualização programática e diálogo com pautas contemporâneas.

Entre os partidos de esquerda, o PT foi o mais bem-sucedido, conquistando seis cidades, incluindo Fortaleza, a única capital governada pelo partido. Há 24 anos, o PT governava 22 grandes cidades. O PSB e o PDT, por sua vez, irão governar apenas dois municípios do G103.

Em contrapartida, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacou-se com o maior número de prefeituras no G103, aumentando sua representação de 2 para 16 cidades. O PSD, de Gilberto Kassab, e o União Brasil também apresentaram desempenhos robustos, com 15 e 14 prefeitos, respectivamente. O PP e os Republicanos tiveram crescimento significativo, enquanto o Novo conquistou, pela primeira vez, dois municípios nesse grupo.

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